Bom, já que tá todo mundo perguntando, vou falar da gloriosa noite de sexta-feira...

Formatura é realmente emocionante. Quando você veste a toga e se alinha na fila para entrar no auditório, onde todo mundo te espera, é uma sensação incrível. Não tem como não ficar emocionado. Você vira o centro do universo por algumas horas. Tinha bebido algumas cervejas antes da cerimônia e ao sentar na cadeira do auditório, percebi que já estava num leve estado de embriaguez. Mas nada que me impediu de buscar o canudo e homenagear meus pais, colegas, professores e todas as caronas que tinha recebido durante os últimos quatro anos....

Quando chegou a hora do discurso, ainda brinquei com os presentes:

- Tenho uma boa e uma má notícia pra vocês?

(ninguém entendeu nada)

- Bom, vou dar primeiro a boa. A formatura já tá quase acabando. Já estamos quase na metade, então, são só mais duas horas... A má é que o dono do restaurante mandou avisar que não pode manter as reservas.

Ninguém deve ter achado graça das piadas, mas fui muito comprimentado pelo discurso (que já publiquei, lembram?). Vira e mexe alguém me dava os parabéns e falava, é isso aí, proíbido proibir.

Depois da janta e da recepção, eu (já bem mamado) e um colega resolvemos ir no Vanda, popular casa de strip-tease da capital gaúcha. O lugar é famoso pelos shows de strip femininos e... masculinos! O público era predominantemente de universitárias do sexo feminino, que iam ao delírio a cada performance dos dançarinos mais avantajados. Ganhei um balde com quatro long necks. Meu amigo sóbrio ficou preocupado. Mas viu que nada iria me derrubar nessa noite gloriosa.

A gente tava abafando. O apresentador dos shows falou quando nós entramos no lugar: - Tem até mórmom aqui!, numa referência aos nossos ternos, gravatas, camisas sociais e sapatos cujo preço tem três digitos.

Alguns momentos depois, o apresentador anuncia:

- Então vamos todo mundo dar parabéns pro Rafael que tá se formando hoje em Jornalismo pessoal!!!

Abri um sorrisão quando todo mundo olhou em minha direção. Uns quinze minutos depois, ele me chamou pro palco a fim de celebrar a conquista com cinco dançarinas gostosíssimas e semi-nuas. Fechei os olhos e já fui logo apalpando! Bêbado é dose. Alías, bêbado é mais uma dose!

As moças começaram a tirar a minha roupa. Primeiro o paletó. Depois, a gravata e o cinto. E quando começaram a desabotoar minha camisa, o apresentador cochichou com uma das gurias: Não é pra tirar a roupa dele! Não é pra tirar a roupa dele!

Foi o ápice da noite. Que experiência! Fui o rei da boemia porto alegrense por uma noite. Todos os homens do Vanda me invejaram por oito minutos. E nem precisei ser sarado ou ter uma benga de 30 cm pra ter meu nome gritado pela platéia...