Foca (in the Sky with Diamonds)

quinta-feira, agosto 15, 2002

Como não tenho nada pra escrever hoje, vou publicar o meu discurso de formatura, que vou ler nessa sexta:

Como formando em jornalismo, gostaria de falar sobre a função dos veículos de comunicação em nossa sociedade e o papel que nós, formandos em JORNALISMO e em COMUNICAÇÃO SOCIAL, temos de ter perante o público, ou seja, vocês.

O JORNALISMO se difere das demais profissões por ter uma função social. Assim como engenheiros que constroem nossas casas e os médicos que são responsáveis por nossa saúde, os JORNALISTAS cuidam de um bem social que não pode ser medido ou calculado. Muitas vezes damos pouco valor a esse bem e só sentimos a sua real importância quando não mais o possuímos. Esse bem de valor incalculável se chama LIBERDADE. Posso parecer pretensioso, mas sinceramente acredito no bem social da profissão de jornalista. Um profissional que presta um serviço indispensável para a nossa sociedade: INFORMAR o público, fomentar debates de idéias e propostas e procurar despertar o sentimento de reflexão nas pessoas.

Nosso país já sofreu por três décadas de ditadura e repressão à imprensa. Hoje, apesar da democracia, jornalistas ainda morrem no cumprimento de seu trabalho, como foi o caso recente do repórter da Rede Globo TIM LOPES. Mostrar ao povo brasileiro a verdadeira realidade do país, do povo oprimido, nas filas, vilas e favelas. Recorro mais uma vez às palavras de CAETANO VELOSO, que no auge da repressão entoou:

E EU DIGO NÃO.
E EU DIGO NÃO AO NÃO.
EU DIGO É PROIBIDO PROIBIR.
É PROIBIDO PROIBIR.

Essa é a nossa função, jornalistas e comunicadores. Todos sabemos que nem sempre ela pode ser cumprida e que a principal ideologia dos grandes empresários é o dinheiro, aquele mesmo que ergue e destrói coisas belas. Mas gostaria de lembrá-los de que QUANTO MAIS PROFISSIONAIS COM ÉTICA ESTIVEREM TRABALHANDO NOS VEÍCULOS, MAIS OS MEIOS SERÃO ÉTICOS.

Caros colegas, desejo boa sorte para todos nós. Lembrem-se que o poder de mudar o BRASIL está em nossas mãos. Nossas matérias irão denunciar toda a injustiça que é praticada nesse país. E quando nós formos apresentar ao público toda a pobreza que existe no nosso BRASIL, que não seja de modo vil e sensacionalista.

Caros colegas jornalistas, nossa voz não será calada. Nela reside a esperança de um povo. Somos fiscais da injustiça e menestréis de uma nova sociedade, mais justa e igualitária para todos.

É PROIBIDO PROIBIR, É PROIBIDO PROIBIR.